domingo, 13 de janeiro de 2013

Safra vai injetar R$ 3,5 bilhões na economia regional

Imagem Ilustrativa
Com a ampliação da área cultivada com grãos na região Oeste do Paraná, a expectativa inicial dos produtores para a Safra de Verão 2012/2013 é de uma colheita promissora. Os prognósticos são bem mais positivos em comparação com a safra passada, cuja quebra superou a margem de 50% nas principais culturas. Com base em informações apuradas nos escritórios regionais de Cascavel e de Toledo da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento, por intermédio do Departamento de Economia Rural, se o clima contribuir e não ocorrer nenhuma situação adversa, a região Oeste deverá colher uma safra aproximada de 4 milhões de toneladas de grãos, somando soja, milho verão e feijão.
Fazendo uma projeção para o mês de março, mês de referência de contratos futuros e também época em que as commodities começam a ser entregues e comercializadas nas cooperativas, a movimentação estimada na economia da região Oeste em relação à soja e ao milho deve alcançar R$ 3,5 bilhões ou US$ 1,4 bilhão. Vale ressaltar que esse valor é baseado no preço futuro do dólar, projetando o valor da saca no mês de março em R$ 56,00, cotado pela Bolsa de Chicago às 17h de sexta-feira (11). Essa estimativa leva em consideração o prêmio praticado no Porto de Paranaguá e a redução do custo da estiva (embarque do navio) e também o custo do frete da região Oeste até o Porto de Paranaguá.
Já em relação ao milho, a expectativa é de injetar no comércio regional R$ 321,6 milhões, utilizando como referência os valores atuais e projetados para março, chegando a R$ 425 por tonelada. As informações apuradas contaram com a contribuição do economista e analisa de mercado da Granoeste, Celso Pessoa.
Na regional de Cascavel, responsável por 28 municípios, houve aumento da área plantada de soja e milho, o mesmo ocorrendo nos 20 municípios jurisdicionados à regional da Seab em Toledo.
Aos que optaram pelo ciclo precoce, a colheita da soja na região Oeste já deve ser início na próxima semana, em municípios como Santa Tereza, Céu Azul e nos territórios localizados na Costa Oeste paranaense.
Na região de Toledo, a perda estimada por conta da estiagem chegou a 56% da safra em relação à soja e 19% ligado ao milho. No momento, 15% da soja encontram-se em maturação, 80% em frutificação e 5% em maturação. Em relação ao milho, 90% apresenta o estágio de frutificação e 10% de maturação. A colheita está prevista para o fim de janeiro. O técnico do Deral de Toledo, Paulo Oliva, acredita em uma safra lucrativa para os produtores, gerando reflexos econômicos em todos os municípios da região.
Na região de Toledo, a área plantada com soja é de 451.801 hectares, com expectativa de produção de 1.536.123 toneladas. Já o milho ocupa área de 28.150 hectares, com a estimativa de produção de 250.535 toneladas. Já o feijão está presente em 1.017 hectares, com meta de produção de 1.520 toneladas.
Na regional da Seab em Cascavel, a área plantada com soja também apresenta aumento, como resultado dos produtores em função do preço histórico da saca registrado no ano passado, chegando à casa dos R$ 70.
Se o clima ajudar e tudo correr bem, a região de Cascavel deve colher 1.667.958 toneladas de soja, em uma área de 490.576 hectares. A soja deve representar nessa safra 21% de toda a produção do Estado. O preço da saca da soja hoje está cotado a R$ 60. A safra passada, em virtude das intempéries climáticas, rendeu 1.084.473 toneladas.
A estimativa de produção de milho é de 504.900 toneladas, para uma área de 45.900 hectares. O preço da saca hoje vale R$ 25. No ano passado, a cultura rendeu 446.801 toneladas. A produção deve ser manter na mesma perspectiva da safra anterior. Essa diferença pífia é resultado da migração de produtores de milho para a soja, aproveitando os bons preços do mercado internacional. O milho da região Oeste vai corresponder a 11% da safra prevista no Paraná.
A cultura do feijão ocupa área de 6.163 hectares e deve resultar em uma produção de 12.611 toneladas. Mais de 50% do grão já foi colhido na região Oeste. As chuvas torrenciais registradas nos últimos dias comprometeram a qualidade do produto. O feijão a ser colhido no Oeste vai representar apenas 4% da safra estadual. Os maiores produtores ficam em Prudentópolis e Irati, na região Central do Estado. No ano passado, a regional da Seab em Cascavel registrou a colheita de 13.332 toneladas de feijão. Segundo o engenheiro agrônomo Álvaro Tremea, da Seab de Cascavel, as expectativas são as mais promissores em relação à Safra de Verão.

Preços elevam área plantada para segunda safra 

As boas perspectivas do mercado de grãos provocaram aumento na área plantada para a segunda safra de milho, soja e feijão no Paraná. É o que aponta levantamento do Departamento de Economia Rural, da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento.
“Os indicadores de oferta, demanda e estoques mundiais apontam para a manutenção da tendência de preços elevados por pelo menos mais uma safra”, afirmou o diretor do Deral, Francisco Carlos Simioni. Segundo ele, os produtores têm boas perspectivas de lucros em 2013, uma vez que as condições de mercado são boas tanto para a primeira quanto para a segunda safra de grãos. Simioni diz que deverá haver um recuo nos preços dos grãos durante a fase de colheita da safra de verão, entre os meses de fevereiro e março, quando há concentração da entrada dos grãos no mercado. Mas, de acordo com ele, será apenas uma “bolha” e a tendência dos preços é seguirem firmes porque os estoques mundiais estão baixos.
O plantio de milho safrinha desponta como a grande aposta do produtor paranaense na segunda safra de grãos. A previsão é de área e produção recordes, se não houver frustrações com o clima.
Segundo projeção do Deral, a área plantada com milho da segunda safra em 2013 deve atingir 2,08 milhões de hectares, o que corresponde a um aumento de 2% sobre o plantio realizado em 2012. A produção deve chegar a 11,4 milhões de toneladas, o maior volume em milho da segunda safra já colhido no Paraná, prevê a engenheira agrônoma Juliana Tieme Yagush.
De acordo com a técnica, além da tradição de plantar mais milho na segunda safra, a escolha este ano é influenciada pelo mercado firme, com bons preços para o grão no cenário interno e externo. Com a quebra na safra de grãos norte-americana, os estoques mundiais de milho estão baixos e o Brasil vem ocupando espaço nas exportações do grão.

Salto de 33% 

Conforme previsão do Deral, a área plantada deve crescer 33%, passando de 61.860 hectares no início de 2012 para 82.350 hectares, que serão plantados no início de 2013. Mantida a regularidade do clima, a produção avançará 56%, passando de 104 mil toneladas colhidas em 2012 para 162,6 mil toneladas, que poderão ser colhidas no primeiro semestre de 2013.
Segundo o economista Marcelo Garrido, do Deral, os produtores querem aproveitar o bom momento da soja, com preços em alta.
O feijão da segunda safra é outra cultura que apresenta boas perspectivas de ganhos para o produtor. O plantio começou em dezembro. O levantamento do Deral informa um crescimento de 2% na área plantada, que passou de 224.768 hectares na safra anterior para 230.125 hectares em 2013. A produção deve avançar de 344 mil toneladas para 427 mil toneladas.

Produção estadual deve chegar a 22,8 milhões de toneladas

A safra de grãos de verão 2012/13 deve atingir um volume de 22,8 milhões de toneladas, o que corresponde a um aumento de 27% em relação à safra anterior (2011/12), prejudicada pela seca prolongada ocorrida no ano passado.
Este ano o clima está mais favorável, mas existem alguns problemas pontuais, como a ocorrência de chuvas irregulares e esparsas. Segundo Marcelo Garrido, há relato de técnicos de campo apontando quebras de milho e soja. Mas ele não acredita em perdas no resultado final da safra, uma vez que eventuais perdas poderão ser compensadas pelo aumento da produtividade de grãos em outras regiões.
Segundo o diretor do Deral, aproveitando a boa fase de comercialização este ano o produtor paranaense já antecipou as vendas de 35% do volume de soja e de 13% do milho que ainda estão no campo.
A soja de verão passou por nova reavaliação de área, ocupando 4,4 milhões de hectares, com previsão de produção de 15,27 milhões de toneladas. O volume é 41% superior ao da safra anterior, prejudicada pela seca prolongada do final do ano passado e início deste ano. Apesar do bom desempenho, esse volume não é recorde, disse Garrido. Segundo o técnico, o resultado esperado está um pouco abaixo da produção recorde obtida na safra 2010/11, quando foram colhidas 15,34 milhões de toneladas de soja no Paraná. O milho da primeira safra também está com bom desempenho e aponta para uma colheita de 7 milhões de toneladas, volume 6% acima da safra passada.

País caminha para uma safra recorde 

A produção nacional de grãos vai bem. Deverá registrar mais um recorde neste ano, somando 180,4 milhões de toneladas. Os dados são da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e, se confirmados, vão representar uma alta de 14 milhões de toneladas em relação ao volume do ano passado.
A produção de trigo, no entanto, não vai bem. O país deverá ter a menor safra dos últimos cinco anos, obtendo apenas 4,3 milhões de toneladas, conforme as mais recentes estimativas da Conab.
Essa queda de produção ocorre em um momento ruim porque forçará o Brasil a importar pelo menos 7 milhões de toneladas do cereal em um ano de menor oferta na América do Sul.
Os argentinos, principais fornecedores do cereal ao Brasil, vão produzir próximo de 9,5 milhões de toneladas. As estimativas eram de 11 milhões. Com isso, o governo do país vizinho está colocando barreiras às exportações do cereal, o que deverá afetar as compras brasileiras.
O Brasil vai ter de complementar com importações de outros países fora do Mercosul, pagando preço mais elevado pelo produto. Essa alta poderá refletir no bolso dos consumidores. Um dos pontos positivos é que a produção mundial de trigo, após a forte quebra no ano passado, se recompõe em vários dos principais países produtores.
A oferta de milho, após o recorde de 73 milhões de toneladas de 2012, recua para 72,2 milhões neste ano. A safrinha terá a maior queda no período: menos 4,2%.
Fonte: O Paraná

Nenhum comentário: